TRANSFIGURA #2
Diones Caldas, Erivelto Viana, Tairo Lisboa e Yuri Azevedo MA
Uma falsa performance.
Um falso vídeo clip.
Uma falsa instalação.
Chão, Parede, Teto.
TV Mesa, Cadeira, Sofá.
Banana, Abacaxi, Uma cervejinha...
Cigarro, isqueiro, Cinzeiro. Política – Futebol E nós?
Proposição: Erivelto Viana
Criação: Diones Caldas, Erivelto Viana, Ruan Francisco e Yuri Azevedo
Vídeo: Tairo Lisboa
Edição: Diones Caldas
O BemDITO Coletivo”, Criado em 2009. Atua em Gestão de projetos culturais com foco na Formação e Criações Artísticas. Formado por artistas produtores de diversas linguagens artísticas seus projetos busca refletir sobre questões relativas a arte, corpo, a sociedade, identidade e gênero.
DESTRUIÇÃO SHOW
Anna Raquel, Hélio Alvarenga, Gui Fontineles, Shaw Gonçalves MA/PI
O que queremos destruir? O que podemos fazer em meio a destruição?
Nesses tempos áridos, com ares rarefeitos, entre as rachaduras do tempo, elas procuram portais para outras possibilidades de existência, subsistência e respiração. Amaldiçoam a terra, sua maldição é como adubação, como uma profecia de vidas. Que tipo de adaptações nossos corpos pedem agora? E o que podemos adaptar aos corpos para criar ou reformular estratégias de
desobediência? Ferramentas que dialogam com o corpo, o tornam mais sensível, friccionam. Danças, gestos, cânticos, rituais, meditações, masturbações... A partir desses e de outros estímulos, inventamos um número, uma curta apresentação, aparições que buscam um satélite que conduza e conecte diferentes individualidades, compartilhando deleites e exaustões. Traficamos nossas ideias, aqui convertidas em ficções performadas no tráfego de dados, nessa zona de guerra. Tentar driblar a vigilância e ter a liberdade de poder se expor. O público fica numa relação de vouyeur, não podemos ver quem nos observa. Evocar a discórdia. Burlar.
Criação e performance: Anna Raquel, Hélio Alvarenga, Gui Fontineles, Shaw Gonçalves
Experimentação musical: Gui Fontineles
GRAVIDADE
Elton Panamby SP/MA
Naýra Albuquerque MA
Sobre águas, metais e vestígios da correnteza. Hidrografias para escrever as histórias de outro Tempo. Em Gravidade, Elton Panamby e Naýra Albuquerque manipulam elementos orgânicos em cruzamento com tecnologias audiovisuais evocando estados de latência e transmutação. Corpo encarnado e projeções fantasmáticas, em reflexões a partir e sobre escurescências, úteros, marés, serpentes, o canto das folhas e o movimento próprio dos feitios e encantoria, numa poesia visual acerca da passagem do tempo e os estados efemeridade que circundam a vida.
Aparição: Elton Panamby
Câmeras: Naýra Albuquerque e Dinho Araújo
Edição: Naýra Albuquerque
Captação de som: Ruan Pablo
Paisagem Sonora: Elton Panamby e Naýra Albuquerque
MARABAQUE - BATALHA VOGUE
A cultura ballroom é tema da MARABAQUE - Batalha Vogue, promovida pelo CONEXÃO DANÇA 11 no Teatro João do Vale. As participantes da Batalha disputam o troféu, batalhando no estilo Vogue Femme, com apresentação de Cintia Sapequara, discotecagem de Butantan e Enme como Mc / Chanter.
JURADES
Davi Rebolativo, Eliara, Frimes, Pepe Poeta Marginal, Wand Albuquerque
PARTICIPANTES
Ana Lakshmi, Antares, Cani, Femmebot, H-Bs, Gabriel Martins, FkaJoão, Josy Negona, Lucca Sillva, Paulo Ricardo dos Santos, Raffa Santos e Samuel Guimarães
FILMAGEM E EDIÇÃO Pablo Monteiro e Jonas Sakamoto
CAPTAÇÃO E EDIÇÃO SOM Cahhi Silva
FOTOGRAFIA David Ferreira e Dinho Araujo
CUPIM DE FERRO
Cia. de Dança Artefolia PE
A cidade-memória, o corpo-memória. Como a arte se expressa diante dos novos velhos
tempos? O frevo, que traz em si a discussão do lugar de classe marginalizada e
invisibilizada socialmente, através dos seus movimentos, se forja como um ato social na
interação com a cidade. É o encontro de cada artista com espaços simbólicos para a vida
cultural do Recife, o Rio Capibaribe, a Rua da Moeda/Tomazina, a Livraria Cultura, o
Armazém que em outrora foi Teatro, território de encontro e potência artística. Percursos
impermanentes como o tempo, efeito abrasivo sobre as estruturas concretas. O sol que
abrasa os corpos. O grito constante e permanente da arte de rua, de arte na rua. O
graffiti, a colagem, a dança, a ocupação, a resistência. Cada movimento que é fluido e
tenso para o ser artista em tempos de contração e retração. A liberdade do sonho e dos afetos. Afetar ser afetado. A escolha por se fazer presente, por expressar os sentimentos de pertença através do corpo, do diálogo com a cidade, que é ao mesmo tempo metáfora e espelho nesse contexto urbano.
Direção: Filipe Marcena e Marcelo Sena
Concepção: Marília Rameh e Marcelo Sena
Fotografia: Marcelo Sena
Edição: Filipe Macena
Produção: Mariana Lima
Elenco: Anne Costa, Jefferson Figueiredo, Henrique Braz, Marina Souza e Ramalho Junior
Trilha Sonora: Cupim de Ferro - Lenine/Nação Zumbi
A diversidade de corpos, jeitos e trejeitos das manifestações culturais proporcionaram um terreno fértil para a fundação da Cia. de Dança Artefolia, grupo que há 26 anos cria
conexões com o mundo através de pesquisas e vivências nas danças e brincadeiras populares de Pernambuco. A companhia realiza espetáculos, oficinas e constantes estudos e experimentações.
Produziu oito espetáculos autorais, participou de turnês e festivais culturais, recebeu
prêmios em reconhecimento ao trabalho que vem desenvolvendo. Busca sempre se
envolver em atividades de pesquisa e intercâmbio que fortaleçam a difusão da cultura e
da dança.
Dentre seus principais espetáculos, destaca-se o Preto no Branco, sobre o Frevo. Com ele, a Cia Artefolia circulou por várias cidades brasileiras, como Curitiba, Brasília, Salvador; por quatro municípios do estado de Pernambuco, Recife, Limoeiro, Garanhuns, Triunfo e Jaboatão dos Guararapes e ainda, por quatro cidades da Califórnia, nos Estados Unidos, Berkeley, São Francisco, San Diego e Los Angeles. Conceber a Videodança Cupim de Ferro significa ampliar a pesquisa e a criação em dança para o grupo, tendo em vista que é uma experiência em arte diferente das que fazem parte do cotidiano. Além do que, em vídeo, a produção artística amplia a possibilidade de difusão e chega a um público maior e mais diversos.
TOUR EM MIM
Sunshine Santos MA
Tour em mim é um olhar para si, um exercício de transgredir a linguagem habitual, um
vídeo experimental de percepção de um corpo político em constante travessia.
Sunshine Santos
Mulher preta, mãe e nordestina...
Fotógrafa com várias produções no cenário cultural maranhense, entres elas estão: Os
traços da nossa história (2014/2015). Meu nome não é mãe (2018) e Nêga sim, sua não
(2018). É Graduanda do curso de Turismo da Universidade Federal do Maranhão -
UFMA. Tem formação em Fotografia, Instituto Federal de Educação do Maranhão -
IFMA, (2012), em Direção em fotografia pela Escola de Cinema do Maranhão – IEMA,
(2016) e atualmente cursa, o Entreolhar-se: curso de fotografia idealizado para mulheres
negras, ministrada por Dani Souza - Mestranda em Artes Visuais - ECA – USP.
EMARANHAR
Gabi Miguel MA
EMaranhar: Misturar(-Se),
Embaralha(-Se). Ato Performativo. Ação De Dançar A Rua.
Corpo que se adapta.
Ir e vir caminhos, escolhas e delimitações. A proposta de emaranhar é sobre ocupar
espaços alternativos pela cidade, fazendo uso de um elástico e o corpo (a ideia de cerca
- propriedade) formando uma “cama de gato” em meio a construções, estruturas, praças,
a experiência da dança sentida nas contorções que o corpo precisa fazer para Montagem do caminho, passar por entre os elásticos, resultantes das escolhas, corpo livre em meio ao perímetro delimitado. Interessa a desmontagem: quais escolhas preciso olhar para seguir e ao final ainda ter o elástico intacto? Como o meu corpo coexiste entre as linhas (ali) não invisíveis, que nos amarram e nos levam ao caos que é ser.
Reside em São Luís desde 2010, iniciou os estudos nas artes em 2014, com breve
passagem pelo Centro de Artes Cênicas do Maranhão, integrou grupos como Casa do
sol cia de artes, Teatro da Sacola e Coletivo Dibando. Atualmente em conjunto ao Núcleo
Atmosfera Teatro-dança e Tecitura, está sendo desenvolvido “Beleza e Fúria” sob
direção de Leônidas Portela. Com pesquisa voltada para o trabalho de corpo como instrumento primeiro, experimenta formas de existir e criar.
O ABATE
Brenna Maria e Ywira Ka’í MA
O ano é 1888 e a procura pela carne negra está em voga! Só neste ano a procura cresceu 11,5% e olha que o ano nem acabou... O que mais assusta é ver que o desespero pela iguaria leva a morte de bezerros. Pequenos bezerros que mal acabaram de nascer e já estão sendo abatidos. Rio de Janeiro segue a frente dos demais estados com mais de 22 bezerros abatidos para a satisfação do consumidor carioca. SURREAL. Não nos esqueçamos que o aumento do preço se deu por conta da pandemia que alastrou todo o globo terrestre, pois segundo especialistas do Império brasileiro, milhares de gado negro e gado vermelho morreram no Brasil; segundo eles, este grande grupo de bovinos está mais suscetível a morte pelo vírus do que o gado branco. Pois estes são reproduzidos em larga escala para distribuição nacional, enquanto o gado branco é exportado para os Estados Unidos e a grande China, merecendo assim um tratamento especial. A Lei Aureá assinada neste ano libertou mais de 1 milhão de cabeças de gado negro, porém não evitou que estas voltassem novamente a serem abatidas.
O abate é a performance diária do corpo da mulher negra marcado em sua pele, que surge em meio ao isolamento social de 2020, mas que reflete uma constante na vida de
pessoas negras nos países colonizados. Nossos corpos estão pro abate como em matadouros: corpos prontos para serem consumidos sob as condições sociais e econômicas as quais nos deparamos por sermos descendentes negros e indígenas. O que nos leva ao abate: a pele ou o olhar?
Esta performance acontecerá sobre o olhar de uma câmera tendo dois corpos em seu campo de visão. Um corpo vestido com roupas brancas de proteção total contra vírus traça no corpo da performer com marcas como de boi para serem cortadas. Os corpos dançam conforme sua ação é desenvolvida.
Brenna Maria. Atriz. Dramaturga. Poetisa marginal. Em 2014 entra no grupo de teatro escolar Entrecena onde permanece até o ano de 2016. No ano de 2018 integra o grupo Cena Aberta fazendo a personagem Negro Cosme no espetáculo “Negro Cosme in Urgência” sobre a direção de Luiz Pazzini. No ano de 2020 elabora sua oração visual intitulada “Obabìnrin”, uma videoarte que posteriormente é selecionada na mostra audiovisual “ Arte como Respiro” do Itaú Cultural; e adapta o seu texto dramatúrgico “Tradição” para o audiovisual transformando um texto teatral em uma dramaturgia – performática - visual.
Ywira K'ai. Nasceu em Yby mara eyma, atual São Luís do Maranhão. Performer. Cazumba e fazedor de caretas. Professor de Arte. Artesão de imagens e de objetos. Pai de Sawè. Curador da Revista Insight Photo. Participou de diversas residências artísticas dentro e fora do país. Criou a Residência 05, casa de arte, ecologia e poética do cotidiano - propondo expansões nas experiências coletivas no contexto da periferia de São Luís. É um dos coordenadores o FACMA - Festival de Arte Contemporânea/MA. Atualmente experiência às virtualidade e as práticas artesanais para expandir as possibilidades de criação diante da pandemia da COVID-19 para entender as sombras de si e do Outro, assim como busca a partir das Coisas e objetos identificar formas não-documentadas de percepção das subjetividades. Neste ano co-criou a animação "tamborsatélite", a performance visual "adubo para uma árvore" e a dramaturgia visual "tradição".
SALUTIS
Grupo Rua, Davi Rebolativo MA
Filmagem: Tainan Lopes
Coreógrafo e Diretor: Davi Rebolativo
Preparação de Elenco: Leonardo Fernandes
Bailarinos: Ana Paula Rabelo, Bruna Álvares, Caio Silva, Camila Costa, Felipe Santis, Laissa Ramos, Isabella Arruda, Júlia Neves, Kellen Lopes, Larissa Leal, Leila Araújo, Letícia Coqueiro, Lígia Camba, Luana Barros, Yuri Pinheiro, Flávia Campelo, Mayana Stella, Rahyssa Costa e Radhyja Costa
Unção das PositHIVas: Tabernáculo da cura
Pepe Poeta Marginal MA
A artista positHIVa Pepe Poeta Marginal, coloca seu corpo em performance, profetizando aos quatros cantos do mundo e do Sistema que não irá morrer. Ao som de Ventura Profana ela expressa o ministério de vida que, mesmo embebidos em efavirenz e as deixando loka, te deixa intransmissível. A unção da indetectabilidade está ao seu lado? Banhada em sangue posithivo, sua dança derrama doses de verdades que curam e que salvam.
A dança marginal do seu corpo é sua ferramenta de trabalho para derrubar a sorofobia e toda opressão. Veste uma máscara branca banhada em sangue e com antiretrovirais na cabeça, Sua roupa também será branca e banhada em sangue e com vários nomes de antirretrovirais escritos em preto.
“Eu não vou morrer”, toca ao fundo, enquanto a artista carregada de doses de efavirenz começa a dançar, a dança do corpo que não irá morrer, do corpo posithivo que está com fome, sede, dor, mas ainda assim tem que dançar a dança do corpo intransmissível.
Olá, sou a Pepê, uma travesti preta, de São Luís do Maranhão, tenho 29 anos. Sou poeta marginal, mc e educadora social.
Faço poesia desde os 14 anos.
Com o passar dos tempos e com os b.o da vida, comecei a escrever sobre diversos temas sociais, minhas poesias estão baseadas em cima das minhas vivências e experiências com outras pessoas. Hoje trouxe para dentro das minhas poesias a performance, onde faço essa mistura de arte e acabou dando muito certo.
Sou uma das organizadoras do slam Maria firmina, o primeiro slam do Maranhão, também organizo a batalha itinerante, uma batalha de mc's, sou a primeira mc travesti do meu estado, acho que boa parte do que faço hoje é para representar pessoas como eu, para que não sejamos mais invibilizadas em certos locais, e que possamos tomar o que é nosso de direito!!!!
PAI NOSSO DANÇA
Walquíria Almeida, Daniel Monteiro MA
Um corpo que envelhece, em geral é considerado repulsivo pois não apresenta
atratividade nem produtividade. ABWN D’BWASHMAYA, é a liberdade de tudo que
aprisiona e vem dar a esse corpo formas de um caminhar amadurecido, dando
possibilidades de expor suas potencialidades, desmistificando dogmas de dependência
ou de impotência. A dança vem em forma de oração, a purificação do corpo em
conecção com o Pai- Mãe Cosmo. O corpo que pulsa e respira no mesmo movimento da
Fonte Divina Original.
Nasci em São Luís, em 27 de setembro de 1967. Sou formada em Licenciatura em
Educação Artística pela Universidade Federal do Maranhão, especialista em Jornalismo
Cultural também pela Universidade Federal do Maranhão. Trabalho atualmente na
Secretária de Cultura do Estado. E moro em São José de Ribamar.
Fiz alguns curso Livre de Teatro no Teatro Leopoldo Froes, com o professor Marco
Polo na cidade de Niterói, no ano de 1989; curso “Corpo, Expressão e Movimento”,
com a Tapete Criações Cênicas, com o professor Urias de Oliveira em 2003; E
publiquei o livro infanto-juvenil “AS REVOLUÇÕES DA BORBOLETA SISSI” em
2012, pelo Serviço Social do Comercio- SESC-MA.
REENTRÂNCIAS
Áurea Maranhão MA
Reentrâncias é um livre estudo sobre o corpo feminino. Sobre um corpo atravessado por políticas de agressão capitalista. A tentativa é trazer para o corpo, através de
experimentos as obras e estudos feitos pela pesquisadora/performer. Com base nessa pesquisa trago à tona as leituras dos livros Calibã e a Bruxa de Silvia Federici, O
deslocamento do Feminino de Maria Rita Kehl, as obras do Ailton Krenak, O que é o
Contemporâneo de Giorgio Agamben e outras obras que atravessam o corpo da artista
proponente.
Áurea Maranhão é atriz, diretora e performer formada na Escola de Arte Dramática EAD/ECA/USP. Estreou na Globo em A Dona do Pedaço. No Netflix atua na série Cidade Invisível que tem estreia prevista para outubro de 2020. Dirigiu o curta metragem Carnavalha ganhador dos prêmios de melhor filme júri popular, melhor atriz para Áurea Maranhão nos festivais Maranhão na Tela e Guarnicê, entre outros prêmios e festivais.