MERGULHO III
ÁUREA
MARANHÃO (MA)
Mergulho é vida compartilhada e organizada em forma de corpo e de cena. As imagens propostas são um convite para acessar o silêncio subaquático, o silencio de quando éramos apenas vibração. A cena vai organizar a experiência evolutiva da vida humana que inicia dentro da água e se dirige à criação de ossos e à vida na terra, onde temos a possibilidade de nos ordenar verticalmente. Isso se dá através da construção de imagens performativas e coreografias. A experiência de cena pretende ser estendida ao público através do conceito científico dos neurônios espelho que são os responsáveis pela empatia. Mergulho se constrói a partir das diferentes frequências que se pode acessar do corpo, que são convocadas e contagiam o espaço.
TRITURADOR
EMANUEL
BALATA (MA)
URIAS DE
OLIVEIRA (MA)
23'51
Essa criação surge em meio às questões refletidas no primeiro ano da pandemia, onde tivemos que nos firmar, tomar decisões no meio do novo que se apresentava junto à crise que se estabeleceu.
Triturador é uma dança onde o performer se relaciona com seus medos de infância e de adolescência e o medo adulto encarando a transformação. A transformação gerada pela dor ou pelo medo do isolamento.
O performer executa um percurso de ações a partir do material coletado a partir de sinestesias no processo de criação.
Direção de performer
Urias de oliveira
Performer
Emanuel Balata
Sonoplastia
Emanuel Balata
Texto
Trecho de Possibilidades Zé Maria Medeiros
Diretor Geral
Diones Caldas
Captação e Fotografia
Danielle Filgueiras
Dinho Araújo
Câmera 1
Danielle Filgueiras
Câmera 2
Dinho Araújo
Edição
Diones Caldas
Produção
Erivelto Viana
DIVISÕES DERIVADAS
RUAN
FRANCISCO (MA)
DINHO ARAÚJO (MA)
partir, desmembrar, separar, fracionar, ratear, dois a dois. partição é ato ou efeito de partir. uma divisão de espaço de um disco rígido Como partir uma dança? Nessa ação, a partir de fotos com disparos contínuos uma dança é dividida em 200 imagens. 200 lambes de uma dança formam um movimento a partir de stop motion. A dança é um rastro de intervenção e uma derivação de sistemas, uma dança que se decompõe em fotos, que se reagrupa num vídeo, que produz uma dança pela sucessão de lambes espalhados em um determinado circuito
“O AFROBUCK DE CADA DIA”
GILVAN DOS
SANTOS (MA)
21'15
AFROBUCK é a junção de duas modalidades de dança e foi criado pelo dançarino Nas Criative, da Nigéria. Nas e seu amigo Smak decidiram começar a misturar suas rotinas de KRUMP com estilos de danças e músicas locais.
A ação consiste numa intervenção urbana com Afrobuck em locais movimentados de São Luís,
gerando interação entre público/artistas, causando as mais diferentes reações nos transeuntes e o registro dessas reações.
Direção Artística e Coreográfica
Gilvan dos Santos
Coreografia
Intervenção Urbana/O Afro Buck de Cada Dia
Bailarinos
Gilvan dos Santos, Paulo Borges, Natailson Santos, Patrícia Régia, Júnior Coutinho, João Vinícios
Assessoria de Direção Artística
Caio Silva
Assessoria Cênica
Felipe Santis
Figurino
Thelyda Mendonça
Cenografia
Paulo Borges
Iluminação
Felipe Santis
Seleção Musical e Mixagem
Caio Silva
Fotografia
Felipe Santis
.f4c3
VICTOR VIHEN (MA)
17'50
.fAc3 é uma trilogia experiencial que faz aporte à psique e à corporeidade isoladas e suas repercussões em tempos pandêmicos. A percepção espaço-temporal se altera, barreiras se erguem e se dissolvem na fluidificação difundida pelas virtualidades. Proximidades longínquas. Que corpos restam no emaranhado corporal agora ainda mais segmentado? Como transpassar os sentimentos claustrofóbicos da solidão, do luto, da perda e do encontro de si, das (des)ilusões do amparo, sair do espaço, romper o tempo? O que nos mantém vivas? A crítica enquanto necessidade ontológica torna-se clínica e terapêutica quando intervém no que impede o fluxo vital.
O vídeo que segue apresenta o primeiro ato desta composição onde foi realizada modelagem digital do rosto a partir de fotografias expressivas no ímpeto da ação de gritar. Os algoritmos do programa, não reconhecendo a emoção presente nas imagens, cerra os lábios antes abertos, sufoca e abafa o grito que se torna silencioso e perceptível apenas nas distorções e contorções faciais forçadas. Dessa forma, a face/fAc3 é a primeira parte do corpo virtual que dança, portal de si para a dimensão cibernética, seguida pelos demais processos corporais que emergem pouco a pouco nos atos sucessivos.
Criação, Produção, Paisagem Sonora, Texto
Victor Vihen
ASSOMBROS E TRAVESSIAS
ELTON
PANAMBY (SP/MA)
ABEJU (MA/CE)
INAÊ MOREIRA (BA)
TIETA MACAU (MA/CE)
37'50
O assombro aqui é a dança dos corpos que vem em vultos ou por passagem (como os encantados), entre o escuro e o que não vemos, montar trincheiras contra o carrego-colonial. Deste modo esta criação parte de três disparadores para reconstruir coreograficamente, narrativas macumbeiras de mundo: a imagem em aparição/assombro, o som (comunicação invisível) e o gesto-espiralar (das corpas e das espacialidades). Assombros e Trincheiras se configura como uma obra audiovisual em dança encantada, desenvolvida no programa Panorama RAFT 2021. Um filme-partilha da passagi de encantarias, do corpo-cavalo ao encante.
Produção
Tieta Macau e Abeju
Concepção e performance
Abeju, Elton Panamby, Inaê Moreira e Tieta Macau
Edição de Som
Elton Panamby
Designer e Mídias Sociais
Abeju
Cenografia
João Almeida
Figurino
Fernanda Sá (Nana Saias)
Marcos Ferreira
Captação de vídeo
André de Oliveira
Edição de vídeo
Luiza Fernandes
Parceiros e Colaboradores
Ilê Ashé Ogun Sogbô, Pai Airton Gouveia, Mãe Aila Gouveia, Mãe Angélica, Zezinho de Légua, Faixa Encarnada, Guarazinho, Kayantèssuvi Otá, Ana Duarte, Angélica Moreira, Casa das Matrizes, Gessica Silva, Xama Teatro, Fernanda Preta, Filipe Espindola, Txai Panamby, Verô Monteiro, Terra Sábia, João Aleixo, Ayomi Moreira
AFROFUNK: CONEXÃO GANA-BRASIL
JOSEP OSEI
14'59
A performance "Afrofunk: conexão Gana-Brasil" tem como intuito fomentar a cultura preta diaspórica por meio da dança e ajudar jovens e adultos a conhecerem mais sobre a conexão entre África e Brasil, possibilitando a construção de maior identificação e entendimento do saber afro-brasileiro. A performance consiste na mescla de coreografias e freestyles dos ritmos de Afrodance e Funk. Ritmos de mesmo berço, apesar de se localizarem em espaços diferentes.
Coreografia
Josef Osei
Interpretação
Josef e Hildson
Produção
Elizabeth Freitas
TUKÚN
YURI AZEVEDO (MA)
16'42
Tukún é uma expressão da retomada do corpo-crôa ao sagrado originário, às encanturias presentes nas palmeiras que brotam da terra preta de Pindoroma. Os artistas dançam a partir da relação/investigação com a máscara de espinhos produzida da capemba retirada do tucueiro, a palmeira do Tucum. Na cosmologia dos terreiros de Tambor de Mina do Maranhão, o tucueiro é eira, é morada de encantados conhecidos como Surrupiras. Bravos e vestidos de palhas de tucum, os médiuns incorporados no terreiro, manifestam, em movimentos, a ancestralidade presente em seus corpos. Tucum, do tupi, “agulha para costura”. A palmeira é chamada assim porque os povos indígenas utilizavam seus espinhos para tecer. A performance Tukún busca tecer temporalidades inscritas nos corpos-espinhos dos artistas. Os espinhos que ferem são os mesmos que curam e protegem. Sobre tessituras e feituras. Nos conectamos com as forças ancestrais, advindas da Mãe Maior. Sua potência geradora potencializa relações baseadas no amor e no respeito. Natureza é casa comum.
Concepção, Roteiro e Direção
Lucca Muypurá
Yuri Azevedo
Mediação Cultural e Sonoplastia
Maria Dalva
Produção e Assistência de Direção
Dadá Belfort
Performers
Lucca Muypurá
Yuri Azevedo
Naná Belfort
Agradecimentos
“Intenção a Deus, à Nossa Senhora, aos Santos Apóstolos e a todos os seres que habitam a face da terra”;
Ao Projeto da Barragem da Comunidade Quilombola Santa Rosa dos Pretos (Itapecuru-Mirim – MA);
Ao Festival Conexão Dança;
Aos erês Hugo Leonardo, Pâmela e Paloma
desmonta-AÇÃO
FRIMES (MA)
16'22
A performance-dança desmonta-AÇÃO se baseia na desconstrução/desmontação da personagem Drag Queen Frimes ao ator-bailarino Rafael Paz. Explicitando a metamorfose “reversa” ao telespectador, a dança consiste em desfazer-se dos adereços necessários para a construção da personagem, movimentos esses que de tão repetidos aos longos dos anos passaram a ser vistos como uma dança, a dança do se desfazer, o voltar para si.
A apresentação é feita na própria casa do ator, um tour pelos cômodos em um – quase - plano sequência! E em cada compartimento é retirado uma peça usada na montagem: peruca, cílios, próteses de silicone, unhas postiças, salto alto, roupas, meias, e por última a maquiagem mostrando o rosto do ator-bailarino cru.
Direção, Roteiro, Trilha Sonora, Montagem e Performance
FRIMES
Direção de fotografia, Câmera
Jacksciene Guedes
Assistente de Produção
Rafael Azevedo
DA BEIRA PRA DENTRO
ELIARA (MA)
21'12
Esse estudo coreográfico em desenvolvimento é fruto do exercício de refletir sobre o que adentra os orifícios dos nossos corpos. Observando especialmente o espaço/canal que se forma entre a boca e o “cu”. Estudo as possibilidades de existências trans/ travestis resignificarem esses e outros órgãos, pensando a boca ou cu como lugar de afirmação, transito e transformação de seus desejos.
Escuto subjetivamente esses espaços internos entre os orifícios - que conectam o que está dentro do corpo ao que está fora e inversamente também-, investigando como e quais reflexões podem emergir nesses deslocamentos internos. Inspirada na organização e reprodução das células que vão constituindo a matéria orgânica viva e em constante mutação da anatomia e fisiologia humana. Elaboro no corpo imagens híbridas para movimentos, gestos e sons.
Assim, a partir de uma respiração realizada com os princípios básicos do Tai Chi Chuan, os quais chamam a atenção para o ar que transita por toda a coluna vertebral e ativa essa presença de passagem e mémoria desse canal/passagem: do cú a boca e da boca ao cu. Experimento e improviso torções dentro de um roteiro pré estabelecido. Nesta performance, trabalho também com o corpo pintado com desenhos desenvolvidos para essa performance e com um plástico transparente colorido – em tons vermelho/roseado/roxo/neon.
Criação e Performance
Eliara
Direção de Fotografia e Câmera
Pétala Lopes
Direção de Arte
Joana dos Santos